Neste 7 de setembro de 2022 se comemora o Bicentenário da Independência do Brasil.
Comemorar não significa apenas festejo, significa “lembrar como”, pensar no significado de uma data que marca o momento em que o nosso país se torna independente, e o que significa essa independência, para além da independência política.
Significa que o país conseguiu superar os desafios da sua formação histórica? Significa que o país conseguiu superar as suas mazelas estruturais, históricas, como o autoritarismo, que nos marca, a dependência econômica, o racismo, que é constitutivo das relações sociais no Brasil?
Certamente, falar de Independência é falar disso também, fazer um balanço sobre o que o Brasil conseguiu construir ao longo de sua história.
O 7 de setembro, nas circunstâncias em que nos encontramos, marca um período de luta porque é justamente neste Bicentenário que o Brasil se encontra em um dos momentos mais difíceis da sua história, uma grande encruzilhada, no sentido de que nós vamos ter que escolher os caminhos que vamos seguir a partir daqui.
Significa, portanto, que nós vamos ter que lutar contra o atraso que nos constitui, olhar para o mundo que nos rodeia e, principalmente, dizer não a todo e qualquer projeto autoritário, todo e qualquer projeto fascista, todo e qualquer projeto que queira colocar o Brasil e o povo brasileiro de joelhos.
Porque se tem uma coisa que construiu esse país nesses últimos tempos, foi o trabalhador, o povo brasileiro. Apesar de todas as coisas que o Brasil produz em termos de atraso, em termos de violência, conseguiu criar um povo que é pujante, um povo que tem muito valor, que se supera a cada dia.
Por isso, neste 7 de setembro, que seja um dia de reflexão sobre os caminhos e descaminhos do nosso país, sobre aquilo que a gente tem que fazer pra superar os nossos atrasos. Que esse 7 de setembro, portanto, seja o início de um novo Brasil. Não a reconstrução de um Brasil que tantas vezes foi tão duro com o povo brasileiro, mas a construção de algo novo, de algo que nunca existiu.
Que nós possamos fazer do 7 de setembro uma data de luta, de não a todo autoritarismo e a todo fascismo. Uma data que marque o início da construção de um novo horizonte para o povo brasileiro.
Este texto é a transcrição do vídeo a seguir.
Os artigos de autoria dos colunistas não representam necessariamente a opinião do IREE.
Silvio Almeida
Advogado, professor visitante da Universidade de Columbia, em Nova York, e presidente do Instituto Luiz Gama. É Presidente do Centro de Estudos Brasileiros do IREE.
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