Por Samantha Maia e Juliana Pithon
O Censo Demográfico é uma pesquisa realizada pelo IBGE a cada 10 anos que abrange todos os municípios do Brasil e coleta informações essenciais sobre a população brasileira. Seus dados são de extrema importância para o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas.
O último Censo sofreu um atraso de 2 anos devido a dificuldades na pandemia e ao corte de recursos pela gestão Bolsonaro. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou o governo federal a tomar as medidas necessárias para realizar a pesquisa em 2022. Assim foi feito, mas com menos recursos do que o necessário, o que levou também a um atraso na finalização do levantamento. Prevista para outubro de 2022, a conclusão da pesquisa foi adiada para dezembro e depois estendida para 2023.
Os resultados começaram finalmente a ser divulgados no dia 28 de junho de 2023. Dentre os destaque, o Censo revelou uma redução do ritmo do crescimento populacional e uma concentração de aumento de habitantes nas cidades médias. Pela primeira vez foram coletados dados sobre a população quilombola, e uma mudança de metodologia permitiu identificar com mais precisão o número de pessoas indígenas no país.
Confira os destaques:
Redução do ritmo do crescimento populacional
- A população atingiu 203,1 milhões de pessoas em 2022, um aumento médio de 0,52% ao ano desde 2010, a menor taxa de crescimento desde a primeira medição, em 1872
População indígena
- O Brasil possui 1,7 milhão de pessoas indígenas, número 89% maior do que o observado em 2020; O crescimento é explicado por mudanças no mapeamento e na metodologia, que permitiram identificar mais pessoas
Dados inéditos sobre os Quilombolas
- A população quilombola residente no Brasil é de 1.327.802 pessoas, o que equivale a 0,65% da população, sendo a Bahia o estado com maior presença quilombola
- É a primeira vez que o Censo inclui perguntas para identificá-los. Os quilombolas são descendentes e remanescentes de comunidades, os quilombos, formadas por pessoas escravizadas que fugiam do regime de violência
Crescimento das cidades médias
- Dos mais de 12 milhões de habitantes que o Brasil ganhou entre 2010 e 2022, 8,3 milhões (67,5%) foram nas cidades médias (de 100 mil a 499 mil habitantes)
- O percentual da população brasileira que mora nesses municípios foi o único que cresceu, enquanto as cidades pequenas e grandes perderam relevância proporcional
Distribuição regional da população
- Quase 42% dos brasileiros residem no Sudeste; a segunda região mais populosa é o Nordeste, com 26,9% dos brasileiros, seguida do Sul com 14,7%, Norte com 8,5% e Centro-Oeste com 8%
Curiosidades
- A maior cidade, São Paulo (SP), tem 11,45 milhões de habitantes, e a menor, Serra da Saudade (MG), tem apenas 833 moradores
- 9 capitais tiveram queda no número de habitantes entre 2010 e 2022, sendo Salvador a com maior redução, de 9,6%; com isso, a capital baiana foi superada por Brasília e Fortaleza e caiu de 3ª para 5ª maior cidade do país.
Por Samantha Maia
Leia também

A vingança dos bullyineados
Continue lendo...
Henrique Vieira: Radicalização à direita vai além dos evangélicos
Continue lendo...