A prévia da inflação do mês de julho apresentou uma variação positiva, porém baixa, ficando em 0,13% e se consolidando como a menor variação desde junho de 2020. O IPCA-15 de julho, portanto, está 0,56 ponto percentual abaixo da taxa apresentada no mês de junho de 2022.
Como era de se esperar, o grupo que puxou a média do índice para baixo foi o de “Transportes”, com queda de 1,08% em relação ao mês anterior, influenciado pelo recuo de 4,88% no preço total dos combustíveis, que compreende uma queda de 8,16% no etanol, de 5,01% na gasolina e o aumento de 7,32% no diesel.
A tendência é, no entanto, de estabilização desses preços, uma vez que já foram aplicados os redutores no preço ao consumidor, como a isenção de tributos federais e o teto para a cobrança de tributos estaduais na gasolina. Portanto, tudo o mais constante no preço de realização da Petrobras – que depende do movimento do preço internacional do barril – o preço para o consumidor final tende a não sofrer novas baixas.
Dessa forma, não há mais expectativas de queda nas taxas mensais de inflação. O que poderia despontar um movimento em cadeia de redução dos demais preços teria sido a queda do diesel, que teve aumento de 7,32%, e não da gasolina, uma vez que é o diesel o responsável pelos custos de transportes, que impactam o preço final, sobretudo, dos alimentos.
CEE
O Centro de Estudos de Economia (CEE) é um núcleo do IREE chefiado pela economista Juliane Furno que se dedica a diagnosticar os principais obstáculos e problemas da economia brasileira por meio de criterioso estudo e um permanente exercício de diálogo entre os vários agentes da sociedade. Saiba mais em: iree.org.br/economia
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Juliane Furno
É Economista-Chefe do IREE. Cientista social, mestre e doutora em Desenvolvimento Econômico no Instituto de Economia da Unicamp. Especialista em mercado de trabalho, desenvolvimento econômico e política industrial no setor de Petróleo e Gás.
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