Por Samantha Maia
O evento Impactos da Lava Jato, organizado em parceira pelo IREE e pela Trevisan Escola de Negócios, reuniu especialistas para debater os efeitos, os desafios e o futuro da maior operação anticorrupção do País para um público de 400 pessoas em São Paulo no dia 25 de novembro.
Leia também: Cobertura do primeiro painel “Os impactos políticos e jurídicos da Lava Jato”
O presidente do IREE, Walfrido Warde, abriu o evento com agradecimento a todos os apoiadores e parceiros, em especial a Humberto Casagrande Neto, superintendente-geral do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), instituição que abriu o seu espaço para a realização daquele encontro.
“É absolutamente fundamental em uma democracia que nós reflitamos sobre as ideias que não nos agradam e tenhamos disponibilidade para, por alguns minutos, sairmos das trincheiras das nossas convicções e ouvir as diferenças”, disse Warde.
Warde destacou a missão do evento de refletir e debater sobre o impacto da ação coletiva da Lava Jato, um amplo aparato composto por regras, estruturas e agentes de Estado.
“A Operação Lava Jato representa uma revolução na disciplina das empresas, mas também uma revolução na maneira como fazemos política no Brasil. Resta saber se essa revolução avança, desenvolve a política ou faz com que ela retroceda. Resta saber se essa revolução avança, desenvolve a disciplina da empresa, ou faz com que ela retroceda. Resta saber o que essa revolução fez com os tecidos sociais e projetar o futuro a partir das constatações que temos no presente”, concluiu o presidente do IREE.
Também na abertura, Antoninho Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios, falou sobre a importância da Constituição Brasileira, da complexidade que envolve a interpretação das leis e os impactos dessas interpretações. “Esse é o ponto: impacto. O que vamos discutir aqui é qual é impacto das decisões que tomamos.”
O empresário destacou que um dos impactos da Operação Lava Jato sobre o mundo empresarial foi a adesão ao compliance. “É impressionante como nós brasileiros aderimos. Não há micro, pequena, média, grande corporação nesse País que não tenha aderido ao compliance. É uma febre boa, ela deixará de ter departamentos, porque daqui a pouco vai ser tão natural, vai estar na alma das pessoas que não vai precisar mais ter aquele cara falando o que pode e o que não pode. Eu acho que esse é um legado formidável”, disse Trevisan.
Pela manhã, houve uma mesa sobre os impactos políticos e jurídicos da Lava Jato com a participação dos coordenadores científicos do evento Walfrido Warde e Pierpaolo Cruz Bottini, dos jornalistas Maria Carolina Trevisan e Reinaldo Azevedo, e de Guilherme Boulos.
No início da tarde, foi a vez de debater os novos desafios para advogados e para o Ministério Público, com a presença da procuradora Janice Ascari, chefe da Operação Lava Jato em São Paulo, do ex-ministro Valdir Simão, do professor Igor Scarano Brandão e dos advogados Rodrigo Mudrovitsch e Alberto Zacharias Toron.
A última mesa foi dedicada a pensar o futuro da Lava Jato e de seus métodos, e contou com a participação do ministro do STJ Sebastião Reis e dos desembargadores federais Ney Bello Filho e Nino Toldo.
Confira abaixo os vídeos do evento.
Abertura e primeiro painel
Segundo e terceiro painel
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