Álvaro García Linera: Os desafios da nova onda progressista na América Latina – IREE

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Álvaro García Linera: Os desafios da nova onda progressista na América Latina

Em entrevista exclusiva para o IREE, o ex-vice-Presidente da Bolívia Álvaro García Linera falou sobre os resultados sociais e econômicos da chamada primeira onda de governos progressista na América Latina e analisou os desafios da nova onda que têm se desenhado recentemente na região.

“Tiramos 70 milhões de pessoas da pobreza na América Latina na primeira onda. Não é pouca coisa. Houve mais justiça. Essas reformas já foram cumpridas e ainda não está claro quais são as novas grandes reformas. A grande dívida dessa segunda onda progressista é não apenas redistribuir riqueza, mas também um sistema produtivo que dê à redistribuição da riqueza fôlego e sustentabilidade”, disse Linera.

A conversa, gravada no dia 20 de junho de 2022, contou com a participação do colunista do IREE Guilherme Boulos, Coordenador do MTST, e de Rafael Valim, Diretor do IREE. “Esse é um diálogo para revelar as duas ondas progressistas na América Latina, a primeira de 2000 a 2015, com Álvaro García Linera entre seus expoentes, e agora uma segunda onda que tem em Guilherme Boulos uma de suas principais figuras”, destacou Valim.

Para Boulos, o novo ciclo de governos progressistas na América Latina tem o desafio de aprofundar a democracia nos países. “Aqui o poder continuou muito concentrado nas estruturas arcaicas e oligárquicas, nós tivemos muita dificuldade de fazer uma democracia mais participativa”, disse sobre a situação do Brasil.

O material completo pode ser visto no canal IREETV, no Youtube.

Sobre o entrevistado

Álvaro García Linera foi vice-Presidente da Bolívia de 2006 a 2019, eleito na chapa do ex-Presidente Evo Morales. É matemático, sociólogo, estudioso dos movimentos sociais e da “esquerda indígena” boliviana e professor titular de sociologia e ciências políticas da Universidad Mayor de San Andrés, La Paz. Inspirado em intelectuais como o peruano José Carlos Mariátegui, cuja teoria não desconsidera as particularidades da América Latina, procura interpretar a realidade boliviana a partir da teoria social de Marx e o legado político e histórico deixado por ele. Recebeu o prêmio Agustín Cueva 2004, da Escuela de Sociología e Ciencias Políticas de La Universidad Central del Ecuador. É autor de vários livros, dentre os quais destacamos Sociología de los movimientos sociales en Bolivia (La Paz, Oxfam/Diakonía, 2004).



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